quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Está acabando 2012. E 2016?

Faltam três dias para acabar a festa do esporte mundial.

Já garantimos igualar o número de medalhas dos jogos de Pequim. Fazendo uma volta no tempo, estamos no mesmo patamar desde Atlanta, em 1996. Podemos ver que a evolução do esporte brasileiro no período foi algo assim fenomenal.

Coincidentemente, Carlos Arthur Nuzman assumiu o COB em 1995. De lá para cá, os recursos aplicados nos esportes olímpicos aumentaram bastante, com enorme participação de recursos públicos (lei Agnelo-Piva).

O Brasil não se tornou um país de grandes resultados, nem os esportes olímpicos se tornaram mais populares. Assim como boa parte de nossos atletas vitoriosos questionam a falta de apoio de que recebem de duas federações, e a falta de atenção que suas modalidades recebem.

Parece claro que há algo errado nesse modelo. Há mais dinheiro, há bolsas para os atletas, mas ainda temos COB e federações bagunçando o meio-campo.

Tomara que para 2016 as coisas mudem. Porque fica difícil ver tantos recursos em mãos de gente incompetente e que o utiliza em proveito próprio. 

sábado, 4 de agosto de 2012

Bestas ou bestiais.

Quando atletas sobre os quais há poucas expectativas conseguem medalhas, são heróis, que superaram dificuldades da vida, falta de estrutura e apoio e chegaram lá.

Quando algum cotado como favorito, ou tendo boa chance, perde é um fraco, tem complexo de vira-latas é amarelão e outros adjetivos.

Parece que esquecemos que o esporte é feito por humanos que podem estar num bom ou mau dia, podem sofrer ou crescer com a pressão. E isso vale para o brasileiros e para os gringos (Mike Powell e Sergei Bubka são bons exemplos).

Como o  fortíssimo esporte brasileiro (podemos começar a campanha "Adeus Nuzman"?) sempre chega aos jogos com poucos atletas em condições de bom resultado, qualquer um que falhe será visto como vilão de nosso sucesso olímpico.

Ajuda bastante o fato de cornetar ser um de nossos principais esportes (assim como o pachequismo, depende do dia e da modalidade). Hoje podemos ver alguns jornalistas especializados em futebol e automobilismo fazendo graça com as justificativas de uma atleta,  de um esporte do qual eles entendem tanto quanto eu entendo de neurocirurgia, que assumiu sua falha e a responsabilidade pela derrota.

Ainda assim, acho que perdemos a oportunidade de enviar uma delegação com muitos jovens que poderiam estar em alta daqui a quatro anos. Vi em disputa um bom número de esportistas em fim de carreiras pouco vitoriosas no nível olímpico perdendo mais uma vez.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Balanço de uma semana.


Hoje completamos uma semana de Jogos Olímpicos.

Depois das excelentes três medalhas do primeiro dia, só fomos ter outra de bronze na quinta-feira. Nas outras competições os brasileiros distribuiram paçocas...

Junto com nossas derrotas surgem inúmeras teorias para explicar. O debate é divertido, mas infelizmente há espaço para ideias racistas ("brasileiro é amarelão"), machistas ("não dá para confiar em mulher") e homofóbicas (rapazes da ginástica e mulheres do futebol são as vítimas preferenciais).

Além de serem ideias infelizes, acabam servindo para mascarar a incompetência de muitos dos envolvidos no comando do esporte no Brasil. COB e federações recebem cada vez mais dinheiro público, além de seus patrocínios e não apresentam resultados.

Some isso a transmissões muitas vezes baseada no "oba oba" e temos pronto o caldeirão para ficarmos com raiva dos atletas brasileiros.

Mas como gosto de esporte, independente de quem jogue, continuo me divertindo bem com os jogos.

E hoje uma mulher enterrou pela primeira vez no jogos olímpicos. Foi a australiana Liz Cambage.