Quando atletas sobre os quais há poucas expectativas conseguem medalhas, são heróis, que superaram dificuldades da vida, falta de estrutura e apoio e chegaram lá.
Quando algum cotado como favorito, ou tendo boa chance, perde é um fraco, tem complexo de vira-latas é amarelão e outros adjetivos.
Parece que esquecemos que o esporte é feito por humanos que podem estar num bom ou mau dia, podem sofrer ou crescer com a pressão. E isso vale para o brasileiros e para os gringos (Mike Powell e Sergei Bubka são bons exemplos).
Como o fortíssimo esporte brasileiro (podemos começar a campanha "Adeus Nuzman"?) sempre chega aos jogos com poucos atletas em condições de bom resultado, qualquer um que falhe será visto como vilão de nosso sucesso olímpico.
Ajuda bastante o fato de cornetar ser um de nossos principais esportes (assim como o pachequismo, depende do dia e da modalidade). Hoje podemos ver alguns jornalistas especializados em futebol e automobilismo fazendo graça com as justificativas de uma atleta, de um esporte do qual eles entendem tanto quanto eu entendo de neurocirurgia, que assumiu sua falha e a responsabilidade pela derrota.
Ainda assim, acho que perdemos a oportunidade de enviar uma delegação com muitos jovens que poderiam estar em alta daqui a quatro anos. Vi em disputa um bom número de esportistas em fim de carreiras pouco vitoriosas no nível olímpico perdendo mais uma vez.