quarta-feira, 30 de junho de 2010

Várias pequenas coisas

Depois de um tempo sumido do blog, é preciso escrever algo por aqui antes que eu esqueça a senha. Aproveitando uma noite de trabalho, sim trabalho (estou tendo que lançar as notas do final do semestre), aproveito o tempo passado em frente ao computador para escrever algumas pequenas notas.

Joanesburgo é uma cidade que dá choque. São dois os tipos de energia que afetam a maior cidade sulafricana, um é a eletricidade estática e outra é a energia elétrica. Por conta do frio e da baixíssima umidade do ar, é possível levar choques em diferentes situações, como na porta do carro, em corrimãos e até com pessoas, porque com calçados emborrachados, carpetes e outros isolantes a estática não é liberada e acaba passando pela pessoa. A outra eletricidade é a das grades que protegem a maior parte das casas. Por conta da violência muitas casas têm segurança particular e faz parte dessa segurança as cercas elétricas, que eu só vi parecido assim em Campinas, mas aqui a é pior.

Quanto à Copa do Mundo, além do futebol o que tem me interessado são as FIFA FAN FEST. Passei bastante tempo nelas, tenho muitas páginas de caderno escritas, entrevistas feitas e espero que um bom material para artigos.

Quanto ao futebol alguns comentários:

1 – Qual o ponto da federação francesa manter Domenech depois do desempenho no Euro? Qual o ponto de contratar um treinador (Laurent Blanc) antes da Copa começar?

2 – Por que o Domenech não chamou o Benzema? Por que não dá pra jogar Henry e Ribery juntos? Não é a toa que os jogadores os xingaram e se revoltaram no vestiário.

3- Apesar de não esperar um desempenho melhor da equipe de Portugal, esperava mais de Queiroz. Mesmo tendo melhores opções no banco, ele montou um time defensivo e com talento limitado. Perder Nani foi ruim, mas deixar Simão na reserva, colocar o Pedro Mendes e não colocar o Deco quando precisava mudar o jogo contra a Espanha, o Liedson ficar no banco enquanto se falta tanto talento... e Danny? Enfim... um Cristiano Ronaldo só não faz verão, ainda mais contra um time com Xavis, Villas e Iniestas.

4- Por falar em Espanha, por que Del Bosque não tira um dos cabeça-de-área (Busquets ou Xabi Alonso) coloca um meio mais ofensivo (Cesc ou Silva) e adianta o Villa para uma posição onde ele fique mais perto do gol?

5- Será que a defesa da Argentina vai agüentar Ozil, e Muller?

6 – Qual grosseria o Dunga vai fazer se ganhar a Copa?

7 – O Brasil poderia ter mais jogos como esse contra a Holanda. Jogos difíceis e emocionantes são melhores.

Hoje não tem futebol.

Depois de muito tempo sem postar vou continuar sem fazer um post meu. Vou colocar no ar um artigo escrito por meu pai sobre a maratona de futebol da Copa do Mundo.

"QUARTA FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2010


Hoje não tem futebol.

Nos últimos 19 dias, 56 jogos. No mínimo 2 jogos ao dia.
Muito, muito futebol. Muitos comentários, infindáveis repetições, entrevistas, milhares de aspectos.
Bastante além de um torneio de futebol, um verdadeiro festival.

Dos times que restam, tres já tem o que comemorar, Uruguai, Paraguai e Gana, embora naturalmente queiram e possam talvez ir mais adiante.
Para Brasil, Argentina, Alemanha e as virgens, Espanha e Holanda, só interessa ganhar a Copa.
De qualquer forma, agora, na briga de cachorro grande, não tem nada exótico.
Dos que partiram, mesmo os grandes, França, Itália e Inglaterra, apenas repetiram um script já conhecido. Muita empáfia, pouco futebol.
Inglaterra é a única que tem pelo que chorar, pelo gol não marcado. A Itália, no desespero, jogou 15 minutos de futebol com raça. A França resolveu fazer a revolução em plena Copa e foi decapitada.
Portugal contra o Brasil fez um jogo lamentável (como fizemos igualmente) que pensávamos fosse pela garantia do empate. Pois fez o mesmo jogo contra a Espanha, muito abaixo de seu potencial, e partiu, ora pois, pois.

De tantos jogos é difícil, na ebulição do momento, escolher um aspecto que caracterize esse festival. Os comentaristas de ofício, percebo, escolhem um bordão e organizam seus comentários e análise a partir dele.
A verdade é que quando as seleções se reuniam meses antes e treinavam até se fartar, aspectos táticos e estilos de jogo, apareciam com maior clareza. Como quase todos os jogadores são profissionais europeus, torna-se difícil falar num padrão brasileiro, argentino, italiano ou holandes.
Nós, os apreciadores, sem ter a obrigação de decifrar, nos deleitamos com os grandes jogos, as grandes rivalidades, as jogadas geniais.
Também torcedores, embora por vezes de nariz torcido, podemos gozar nossas vitórias e nem precisamos demonizar os adversários enquanto não nos defrontamos com eles.

Argentina e Alemanha sem estrondo apresentaram maior brilho até aqui. Brasil, sem grande brilho mas muito forte. Espanha crescendo e Holanda forte, hábil e bastante guerreira.
Gana, Paraguai e Uruguai. Nenhum pato manco aí, mas o Uruguai, com Forlan fazendo a diferença pode surpreender. Um deles vai à semifinal!
Pena que o juiz tenha realmente estragado o maior jogo até aqui. Claro, Inglaterra e Alemanha.

Neste fim de semana, Argentina e Alemanha farão o mundo do futebol tremer. Os hermanos com um ataque difícil de parar, muito habilidoso, ligeiro e versátil. Tevez jogando muito mas a defesa ainda não passou por um teste e parece instável. A Alemanha impressionando pela organização, qualidade dos jogadores e movimentação. Alguém vai dançar.

Antes disso , porém, tem o Brasil contra a Holanda.
Falar do Brasil é o mais difícil.
Nós só nos interessamos em vencer a Copa. Qualquer outro resultado é ridículo.
E o Brasil, e o jogador brasileiro nos surpreende.
No primeiro mata-mata, pegamos adversário que, se pudéssemos, seria o escolhido. E ganhamos com autoridade absoluta.
A Holanda, jogando pela vida, será um adversário poderoso. Como sempre.
Ganhando, a Terra Prometida ficará mais próxima. Perdendo ainda temos o Dunga para malhar.
Esse sem dúvida é um cretino, embora numa atividade onde os cretinos com frequencia são bem sucedidos.

Vamos à próxima etapa do grande Festival do Deus Futebol e que ele nos livre de disputar terceiro e quarto lugar, o mais melancolico de todos os jogos.

Roberto"