domingo, 2 de junho de 2013

O Novo Maracanã

Hoje fui ao jogo do Brasil no maracanã e saí de lá com algumas impressões que vou compartilhar.

1 - preço dos ingressos e público. Muito se fala sobre a elitização do público com o alto preço dos novos estádios. Muitos nos esquecemos de que há muito tempo futebol não é barato no Brasil. Fazemos comparações despropositadas também entre jogo de seleção brasileira, que é raro no Rio e que atrai público diferente do público regular de futebol com o que deverá ser pago durante as temporadas dos clubes.

2 - preço das coisas no estádio. Nunca foi barato comer e beber no maracanã e muitas vezes não era fácil conseguir comprar.

3 - pessoal reclamando de lugar marcado. Eu sempre fico com a impressão de que as pessoas gostavam mesmo quando chegavam cedo, escolhima um bom ugar e na hora que começava o jogo, alguém ou alguéns entrasse na frente e tentasse dividir o pedaço de degrau com você. E isso é especialmente desagradável quando se tem menos de 1,70.

4 - Realmente não é mais o mesmo estádio. O antigo maracanã que conhecemos já era. O estádio novo é bonito, confortável e bom para asssistir aos jogos. O antigo também tinha suas qualidades. Não é ponto de se discutir qual é melhor. Acho que a covardia aí, está quando se fecha um estádio para fazer uma reforma e se entrega outro para a população.
Se realmente era necessário um novo estádio, o processo deveria ter sido feito com toda a transparência possível, incluindo audiências públicas que fosssem necessárias para explicaraa real necessidade de um novo estádio. Não foi nem perto do que fizeram. Assim como o estádio foi fechadosem que se apresentasse ao público qual o projeto de reforma ou de novo estádio. Acho que caberia um concurso para definição do melhor projeto para remodelação/reconstrução, como foi feito no estádio original.

5 - tem gente reclamando que acabaram as gerais. Pessoal, a geral já tinha acabado em 2007 e antes disso já não trabalhava com sua capacidade total há muitos anos, assim como era fechada em todos os jogos internacionais.

6 - fico pessoalmente constrangido quando aqueles animadores de torcida de vôlei ficam falando nos auto falantes.

7 - se é para ter torcida de verdade em jogos do Brasil, precisa-se criar músicas de torcida de verdade.

8 - reclamamos muito que as dimensões do campo diminuíram. Realmente, o campão de 110 X 75 era legal, mas isso acabou. Todas as competições internacionais trabalham com 105 X 68. Diz-se que isso facilita as retrancas.Eu tenho minhas dúvidas. Acho que umcampo pequeno pode muito bem facilitar quem pressiona no campo no adversário, assim como reduz espaço para contra-ataques. Um dos motivos alegados para a bela fase do Atlético Mineiro no Independência é a possibilidade de poder pressionar num campo pequeno.

9 -pensei em mais coisas durante o jogo, mas esqueci.


2 comentários:

  1. Esse é um debate interessante em vários aspectos - e o ponto 9 mostra como o jogo deve ter sido interessante. Sobre o preço dos jogos eu entendo a lógica econômica que domina todas as esferas da administração esportiva, e como disseram, um jogo da seleção no rio sendo um produto raro, ainda mais reinaugurando o Maracanã, seria um preço alto. Mas não acho que essa deva ser uma regra necessária - estádio novo = ingresso caro, principalmente considerando os cofres da CBF. Em Portugal já fui a alguns jogos, e mais de uma vez fui a jogos da seleção, e por acaso, na sexta vou ver Portugal e Rússia pelas eliminatórias e os ingressos custavam 10, 15 e 20 euros e ainda tinha uma promoção de 50% de desconto para quem tivesse o cartão de um supermercado onde se vendiam os ingressos. A Federação de Futebol Portuguesa não tem nem de longe a grana que tem a CBF, também faz rodízio nos locais dos jogos da seleção, e mesmo assim os preços dos ingressos são sempre baratos. Em relação aos clubes, a história é outra


    Uma citação que eu vi a algum tempo sobre a relação dos clubes com a torcida pode ilustrar um pouco como funcionam as coisas: "Fãs sempre foram tratados com desdém. Isso não é novidade, apenas os detalhes mudam. Quando os torcedores que mais traziam dinheiro aos clubes eram tradicionalmente de grupos com menor poder aquisitivo, os estádios eram grandes e precários. Agora que o futebol atrai uma clientela mais rica, os estádios são menores e com instalações melhores. Não é a televisão ou a comercialização que são os inimigos dos torcedores, é a atitude dos donos de clubes, e que é a mesma que sempre foi". Fynn e Guest, For Love or Money: Manchester United and England - The Business of Winning.


    Existem nessa questão aspectos econômicos, sociais e culturais - que se forem separados podem facilitar a coisa e deixar certas posições mais claras - e que poderiam ser articuladas através de ações políticas. "Copiar" modelos "europeus" não é tão simples quanto isso. França e Alemanha tem modelos muito diferentes de Inglaterra, que por sua vez também são diferentes da Espanha e Itália e Portugal, por exemplo. O Brasil pode e deve achar o seu modelo de futebol, valorizando os aspecto cultural, não excluindo completamente setores da sociedade daquilo que é um dos principais lazeres da população, e tradicionalmente foi um reduto do povo, ao mesmo tempo que produz um espetáculo-business de qualidade (e que traga bons resultados esportivos). Isso tudo parece meio utópico, mas acho que é possível e a regulação (palavra tão assustadora para os capitalistas (neo)liberais e a nossa mídia) do Estado é uma das maneiras de se conseguir.

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  2. Pior que o jogo foi bom.
    A seleção até que jogou direito no primeiro tempo. As substituições que bagunçaram um pouco o time.

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