quarta-feira, 30 de junho de 2010

Hoje não tem futebol.

Depois de muito tempo sem postar vou continuar sem fazer um post meu. Vou colocar no ar um artigo escrito por meu pai sobre a maratona de futebol da Copa do Mundo.

"QUARTA FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2010


Hoje não tem futebol.

Nos últimos 19 dias, 56 jogos. No mínimo 2 jogos ao dia.
Muito, muito futebol. Muitos comentários, infindáveis repetições, entrevistas, milhares de aspectos.
Bastante além de um torneio de futebol, um verdadeiro festival.

Dos times que restam, tres já tem o que comemorar, Uruguai, Paraguai e Gana, embora naturalmente queiram e possam talvez ir mais adiante.
Para Brasil, Argentina, Alemanha e as virgens, Espanha e Holanda, só interessa ganhar a Copa.
De qualquer forma, agora, na briga de cachorro grande, não tem nada exótico.
Dos que partiram, mesmo os grandes, França, Itália e Inglaterra, apenas repetiram um script já conhecido. Muita empáfia, pouco futebol.
Inglaterra é a única que tem pelo que chorar, pelo gol não marcado. A Itália, no desespero, jogou 15 minutos de futebol com raça. A França resolveu fazer a revolução em plena Copa e foi decapitada.
Portugal contra o Brasil fez um jogo lamentável (como fizemos igualmente) que pensávamos fosse pela garantia do empate. Pois fez o mesmo jogo contra a Espanha, muito abaixo de seu potencial, e partiu, ora pois, pois.

De tantos jogos é difícil, na ebulição do momento, escolher um aspecto que caracterize esse festival. Os comentaristas de ofício, percebo, escolhem um bordão e organizam seus comentários e análise a partir dele.
A verdade é que quando as seleções se reuniam meses antes e treinavam até se fartar, aspectos táticos e estilos de jogo, apareciam com maior clareza. Como quase todos os jogadores são profissionais europeus, torna-se difícil falar num padrão brasileiro, argentino, italiano ou holandes.
Nós, os apreciadores, sem ter a obrigação de decifrar, nos deleitamos com os grandes jogos, as grandes rivalidades, as jogadas geniais.
Também torcedores, embora por vezes de nariz torcido, podemos gozar nossas vitórias e nem precisamos demonizar os adversários enquanto não nos defrontamos com eles.

Argentina e Alemanha sem estrondo apresentaram maior brilho até aqui. Brasil, sem grande brilho mas muito forte. Espanha crescendo e Holanda forte, hábil e bastante guerreira.
Gana, Paraguai e Uruguai. Nenhum pato manco aí, mas o Uruguai, com Forlan fazendo a diferença pode surpreender. Um deles vai à semifinal!
Pena que o juiz tenha realmente estragado o maior jogo até aqui. Claro, Inglaterra e Alemanha.

Neste fim de semana, Argentina e Alemanha farão o mundo do futebol tremer. Os hermanos com um ataque difícil de parar, muito habilidoso, ligeiro e versátil. Tevez jogando muito mas a defesa ainda não passou por um teste e parece instável. A Alemanha impressionando pela organização, qualidade dos jogadores e movimentação. Alguém vai dançar.

Antes disso , porém, tem o Brasil contra a Holanda.
Falar do Brasil é o mais difícil.
Nós só nos interessamos em vencer a Copa. Qualquer outro resultado é ridículo.
E o Brasil, e o jogador brasileiro nos surpreende.
No primeiro mata-mata, pegamos adversário que, se pudéssemos, seria o escolhido. E ganhamos com autoridade absoluta.
A Holanda, jogando pela vida, será um adversário poderoso. Como sempre.
Ganhando, a Terra Prometida ficará mais próxima. Perdendo ainda temos o Dunga para malhar.
Esse sem dúvida é um cretino, embora numa atividade onde os cretinos com frequencia são bem sucedidos.

Vamos à próxima etapa do grande Festival do Deus Futebol e que ele nos livre de disputar terceiro e quarto lugar, o mais melancolico de todos os jogos.

Roberto"

Um comentário:

  1. Tal pai tal filho....
    Olha, estou na conta dos 13 leitores??? Se não, somos 14!!
    Continua curtindo!!

    Isis

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